jeudi 30 décembre 2010
vendredi 24 décembre 2010
Levantou-se dos cartões que lhe serviam de cama , empurrou os sacos repletos de entulho, e avançou na direcção da vitrina. Parou. Olhou. So ela sabe o que viu, o que sentiu. Com a mão trémula, ajustou o carapuço vermelho debruado de branco . Escondeu alguns farrapos de cabelo que lhe cobriam a cara e sacudiu , lentamente, todo o desespero que se lhe tinha vindo colar ao corpo. Era Natal.
jeudi 23 décembre 2010
samedi 27 novembre 2010
©Jacques Villeglé
Ao correr para apanhar um táxi, o vento empurrou aos seus pés um pedaço de cartaz lacerado, anuncio de um concerto qualquer na cidade onde se encontrava.
‘Les jeux sont faits " pensou ele. Era evidente. Nápoles e Lisboa, dois labirintos impenetráveis, e tanto uma como outra , duas cidades hábeis em questões de estragos. Pouco importa se era sequência de propaganda ou de publicidade . As suas imagens assemelham-se a estes pedaços de belos cartazes agora lacerados.
Deu a volta à chave, entrou. No quarto, o silêncio. Na penumbra adivinhava as obras expostas. John Giorno, Françoise Janicot, Bernard Heidsick, Jean Jacques Lebel, Paul Armand Gette, Paolo Stampa, Michel Iodice, Joel Ducorroy Giuseppe Zevola... e quantos outros. Os livros. O caixão. Que estranho este caixão transparente e tudo o que lá esta dentro. Que historia tão surpreendente.
Dez anos. Dez anos, sem nunca ter cruzado ninguém, sem nunca aparecer a um qualquer encontro marcado. Dez anos ignorando todos os ‘rendez-vous’.
Ela também conhecia alguém assim em Lisboa, "Un apprenti séducteur". Não te chega ao calcanhar, tinha-lhe dito. Não tem a tua classe.
Un Mythe dans la Ville...a projecção da véspera , de Jacques Villeglé .
Nunca titulo veio tanto a calhar. Dez anos. Dez anos que viram aqui passar milhares de pessoas. Fascinados que estavam com a cidade e este sitio único inventado no centro da parte antiga da cidade gréco romana muitos escreveram artigos, outros livros e ainda outros fizeram filmes. Quando não era desenhar, pintar ou fotografar
É tempo de fechar a casa.
Levantou-se, pegou num postal e escreveu -
O Purgatório fechará as portas no dia 31 Outubro 2011
Até lá, a casa continuaria aberta. Para os que contribuíram de uma maneira ou de outra à historia e para os outros, curiosos de viver a experiência. Ele, ele continuará no desencontro.
(texto inicialmente publicado na Pensão Lisbonense)
Ao correr para apanhar um táxi, o vento empurrou aos seus pés um pedaço de cartaz lacerado, anuncio de um concerto qualquer na cidade onde se encontrava.
‘Les jeux sont faits " pensou ele. Era evidente. Nápoles e Lisboa, dois labirintos impenetráveis, e tanto uma como outra , duas cidades hábeis em questões de estragos. Pouco importa se era sequência de propaganda ou de publicidade . As suas imagens assemelham-se a estes pedaços de belos cartazes agora lacerados.
Deu a volta à chave, entrou. No quarto, o silêncio. Na penumbra adivinhava as obras expostas. John Giorno, Françoise Janicot, Bernard Heidsick, Jean Jacques Lebel, Paul Armand Gette, Paolo Stampa, Michel Iodice, Joel Ducorroy Giuseppe Zevola... e quantos outros. Os livros. O caixão. Que estranho este caixão transparente e tudo o que lá esta dentro. Que historia tão surpreendente.
Dez anos. Dez anos, sem nunca ter cruzado ninguém, sem nunca aparecer a um qualquer encontro marcado. Dez anos ignorando todos os ‘rendez-vous’.
Ela também conhecia alguém assim em Lisboa, "Un apprenti séducteur". Não te chega ao calcanhar, tinha-lhe dito. Não tem a tua classe.
Un Mythe dans la Ville...a projecção da véspera , de Jacques Villeglé .
Nunca titulo veio tanto a calhar. Dez anos. Dez anos que viram aqui passar milhares de pessoas. Fascinados que estavam com a cidade e este sitio único inventado no centro da parte antiga da cidade gréco romana muitos escreveram artigos, outros livros e ainda outros fizeram filmes. Quando não era desenhar, pintar ou fotografar
É tempo de fechar a casa.
Levantou-se, pegou num postal e escreveu -
O Purgatório fechará as portas no dia 31 Outubro 2011
Até lá, a casa continuaria aberta. Para os que contribuíram de uma maneira ou de outra à historia e para os outros, curiosos de viver a experiência. Ele, ele continuará no desencontro.
(texto inicialmente publicado na Pensão Lisbonense)
samedi 6 novembre 2010
lundi 1 novembre 2010
vendredi 29 octobre 2010
dimanche 24 octobre 2010
mercredi 20 octobre 2010
mercredi 13 octobre 2010
Hoje acordei aqui
Se existe uma coisa que muitos partilhamos, é estarmos fartos de continuar a andar na mesma direcção. Quantos e quantos não desceríamos do comboio, ao compreender que ele não vai para onde estavamos à espera que ele chegasse.
E então começamos a sonhar. Uns, com um algures. Fugir. Fugir o mais longe possível do nosso planeta maldito. Desejar a Lua impossível de abraçar. Outros, cansados de atirarem de novo o corpo devoluto para a vida de todos os dias, deixam-se ir, lentamente, entre muros de lençóis brancos fazendo pouco da arena da vida que os rodeia.
Depois há os outros, os que encontraram a porta de saída. Saltaram, e viajaram ao mais profundo de seus passados até encontrarem aquele sentido à deriva , o sublime, o sacro. Momentos luminosos esses que como crianças as mãos cheias de rebuçados, os guardam, às escondidas. Outros ainda, alimentam-se do mundo que os rodeia. E sugam tudo a que eles vem, para o triturarem e transformarem-no como por magia, em fascinação.
O postal que ela ainda segurava nas mãos, uma alma do Purgatório, agradou-lhe. R.K. Duas iniciais como tantas outras. Quem a convidava?
Há dias em que não vale a pena compreender.
Nápoles. Sim ela gostava de Nápoles, pela sua beleza. Pelos seus excessos. Excesso de ruído, de mistério, de vida! de violência. Excesso de loucura.
Fez as malas. Que arriscava? Nada tinha a perder.
Laura abriu-lhe as portas do Palazzo Marigliano, o Albergo del Purgatorio e remeteu-lhe um envelope da parte do proprietário - Robert Kaplan.
Não, Laura não se lembrava de alguma vez o ter cruzado, e deixou-lhe as chaves.
“Fica o tempo que desejares. Até ao meu regresso se essa for a tua vontade. Eu, estou a caminho de Sintra, ao volante de uma Chevrolet.”
E então começamos a sonhar. Uns, com um algures. Fugir. Fugir o mais longe possível do nosso planeta maldito. Desejar a Lua impossível de abraçar. Outros, cansados de atirarem de novo o corpo devoluto para a vida de todos os dias, deixam-se ir, lentamente, entre muros de lençóis brancos fazendo pouco da arena da vida que os rodeia.
Depois há os outros, os que encontraram a porta de saída. Saltaram, e viajaram ao mais profundo de seus passados até encontrarem aquele sentido à deriva , o sublime, o sacro. Momentos luminosos esses que como crianças as mãos cheias de rebuçados, os guardam, às escondidas. Outros ainda, alimentam-se do mundo que os rodeia. E sugam tudo a que eles vem, para o triturarem e transformarem-no como por magia, em fascinação.
O postal que ela ainda segurava nas mãos, uma alma do Purgatório, agradou-lhe. R.K. Duas iniciais como tantas outras. Quem a convidava?
Há dias em que não vale a pena compreender.
Nápoles. Sim ela gostava de Nápoles, pela sua beleza. Pelos seus excessos. Excesso de ruído, de mistério, de vida! de violência. Excesso de loucura.
Fez as malas. Que arriscava? Nada tinha a perder.
Laura abriu-lhe as portas do Palazzo Marigliano, o Albergo del Purgatorio e remeteu-lhe um envelope da parte do proprietário - Robert Kaplan.
Não, Laura não se lembrava de alguma vez o ter cruzado, e deixou-lhe as chaves.
“Fica o tempo que desejares. Até ao meu regresso se essa for a tua vontade. Eu, estou a caminho de Sintra, ao volante de uma Chevrolet.”
oeuvres de ©John Giorno, Albergo del Purgatorio
photo©MariaDeMorais
(texto inicialmente publicado na Pensão Lisbonense)
(texto inicialmente publicado na Pensão Lisbonense)
lundi 11 octobre 2010
dimanche 10 octobre 2010
lundi 13 septembre 2010
Et si c'était une couleur ?
La qualité que je préfère chez un homme? La Franchise.
La qualité que je préfère chez une femme? La Tendresse.
Ce que j’apprécie le plus chez mes amis? Être là.
Mon principal défaut? Le fait d’attendre trop des autres.
Mon occupation préférée ? Construire.
Mon rêve de bonheur? Avoir fini ce que j’ai à faire pour donner plus de temps aux autres.
Le plus d’indulgence ? Tout ce qui a attrait au bon vivre. Les Excès, donc.
Quel serait mon plus grand malheur ? La Solitude.
État présent de mon esprit ? La conquête !
Frédéric Malle
Aller jusqu’au bout des choses qui me tiennent à cœur.
mercredi 25 août 2010
vendredi 20 août 2010
vendredi 13 août 2010
samedi 26 juin 2010
GIVENCHY où comment voir le nouvel HOMME ...?
lundi 21 juin 2010
jeudi 17 juin 2010
lundi 7 juin 2010
vendredi 4 juin 2010
mercredi 2 juin 2010
mardi 1 juin 2010
lundi 31 mai 2010
POST POP , Quelle est l’esthétique de Koons en matière de voiture de course?
On le saura le 2 juin, lorsque le modèle M3 GT2 by BMW sera dévoilé au Centre Pompidou. Intérieurs argentés, nuances saturées sur fond noir à l’extérieur : c’est tout ce que l’on sait pour l’instant de cet objet design inédit qui va tester sa performance technique aux 24 Heures du Mans juste après son exposition d’un jour à Paris.
Après sa passion pour “l’esthétique du pouvoir” déclarée lors de son intervention à Versailles, c’est aujourd’hui “l’esthétique de la victoire” qui séduit l’artiste.
Après sa passion pour “l’esthétique du pouvoir” déclarée lors de son intervention à Versailles, c’est aujourd’hui “l’esthétique de la victoire” qui séduit l’artiste.
dimanche 23 mai 2010
Ma Vie Parisienne est Formidable
Atravessar o jardim, e bonheur! entrar por aquela porta do museu à beira rio, muito longe da multidao. Longe daquela serpente humana, feita de gente aglutinada, cujo corpo num movimento incessante, varia constantemente de tamanho . Em poucos minutos metamorfosa-se. Cresce , engorda. E avança, mas muito lentamente , sempre a passo de tartaruga como se tivesse medo do final, o ser engulida, como aspirada, pela piramide de vidro.
Louvre, Porte des Lions, section Arts Primitfs
samedi 22 mai 2010
dimanche 16 mai 2010
vendredi 14 mai 2010
Ma Vie Parisienne est Formidable
mercredi 12 mai 2010
mardi 11 mai 2010
C'est vrai que Rodin, peut-être dû à sa corpulence, je ne sais pas, est un homme bavard. La robe de chambre de Balzac, dans Chefs d'oeuvres dans l'Histoire est tout sauf silencieuse.
À la question qu'est-ce un chef d'oeuvre? chacun y apporte son point de vue. L'équipe de Laurent Le Bon s'en défend de prétendre apporter une réponse unique. Et ici plus que jamais je m' interroge sur la valeur du mot chef d'oeuvre et par ricochet à la valeur que nous sommes supposés donner aux oeuvres de notre temps. Chefs-D'Oeuvre à l'Infini , Xavier Veilhan et les frères Bouroullec
lundi 10 mai 2010
Centre Pompidou Metz
À plus d’un titre, l’interrogation sur la notion même de qu’est –ce un chef-d’œuvre? le nouveau Centre Pompidou-Metz ouvre ses portes , avec une exposition rassemblant une sélection rare et exceptionnelle d’œuvres majeures dont certaines ont été restaurées pour l’occasion et quittent Paris pour la première fois de leur vie.
L'exposition, créée comme une bande image, dans sa suite chronologique, et en nous interrogeant et s’interrogeant elle même sur le chef-d'oeuvre -tant mis à mal pas les avant gardes du XX siècle qui se sont mis en rupture avec lui puis simplement ignoré- la notion de chef d’œuvre est ici réinvestie, aussi, avec des artistes contemporains invités à réaliser des commandes spécifiques.
Et si cet ensemble, inédit ainsi rassemblé permet de nourrir une réflexion sur les notions de gout, de collection, de musée et de jugement esthétiques, c’est quand même dans un lieu particulier que nous déambulons, dans un lieu qu’à lui seul contient l’allégorie du chef d’œuvre, un je ne sais quoi d’insaisissable.
Aux question quel avenir pour un chef d’œuvre ou qu’est-ce un chef-d’œuvre aujourd’hui, les architectes Shigeru Ban et Jean de Gastines apportent, à mes yeux une de leurs réponses.
L'exposition, créée comme une bande image, dans sa suite chronologique, et en nous interrogeant et s’interrogeant elle même sur le chef-d'oeuvre -tant mis à mal pas les avant gardes du XX siècle qui se sont mis en rupture avec lui puis simplement ignoré- la notion de chef d’œuvre est ici réinvestie, aussi, avec des artistes contemporains invités à réaliser des commandes spécifiques.
Et si cet ensemble, inédit ainsi rassemblé permet de nourrir une réflexion sur les notions de gout, de collection, de musée et de jugement esthétiques, c’est quand même dans un lieu particulier que nous déambulons, dans un lieu qu’à lui seul contient l’allégorie du chef d’œuvre, un je ne sais quoi d’insaisissable.
Aux question quel avenir pour un chef d’œuvre ou qu’est-ce un chef-d’œuvre aujourd’hui, les architectes Shigeru Ban et Jean de Gastines apportent, à mes yeux une de leurs réponses.
Hélène Grimaud, concert
le 26 Novembre 2010
Il faudra songer à réserver dès maintenant au Thêatre des Champs Elysées
Pourvu qu’il y ait encore des places
Il faudra songer à réserver dès maintenant au Thêatre des Champs Elysées
Pourvu qu’il y ait encore des places
dimanche 9 mai 2010
Via e-mail
C'est frustrant quand tu écris en Portugais, on ne comprends pas...
Le papier sur le libraire est super mais justement frustrant...
I was not thinking of translating everything, as often it comes as it comes... but I will think it over... Promise...
also and like always , translating, it 's like carrying water in our hands... it won't be the same...
Le papier sur le libraire est super mais justement frustrant...
I was not thinking of translating everything, as often it comes as it comes... but I will think it over... Promise...
also and like always , translating, it 's like carrying water in our hands... it won't be the same...
samedi 8 mai 2010
François Jousseaume nasceu rodeado de livros. Assim cresceu e assim vive. Na livraria que herdou dos avos na Galeria Vivienne. Gosto desta livraria , é um espaço fora do tempo. Aqui encontro sempre uma edição rara, ou uma obra dedicada , aquele catalogo que procurava há anos. Cocteau e Colette vinham aqui em vizinhos. Aragon também fazia parte dos clientes assíduos…historias contadas pelos avos e bisavos. Hoje em dia, são mais os coleccionadores que gostam de respirar o cheiro de folhas com uma certa idade. Se os livros falassem, diz François Jousseuame, muitos me diraim quem os abriu, e uma outra historia poderiam eles contar. Até Vidocq era cliente. Infelizmente hoje em dia, muitos que aqui vêem são turistas e como certos clientes de passagem, pedem-me postais…Raros são aqueles que entram numa livraria nem que seja só para trocar impressões .
François Jousseaume, n’a pas pu faire autrement.
Né parmi les livres , il y est resté. Et il lit. Comme ses grand parents et ses arrières grand parents l’ont fait. Eux, qui ont vu passer Colette et Cocteau. Ici , ils venaient en voisins. Comme le non moins fameux Vidocq, qui habitait juste en face. (lisait-il des romans policiers?) On peut se targuer d'avoir eu aussi Aragon comme client assidu. Mais aujourd’hui, ce sont plutôt des collectionneurs le gros de sa clientèle. Car ici, il a pléthore de livres anciens. Souvent ils sont signés. Bien sûr on trouve également des catalogues sur telle ou telle expo et même des revues, pour la plupart des éditions épuisées. Mis à part que le lieu est extraordinaire, j'aime venir ici pour quelques éditions italiennes que je ne trouve pas ailleurs.
Inscription à :
Articles (Atom)