Diante de uma página de um branco imaculado a dificuldade de a escurecer aqui e ali com determinadas sombras. Letras que se transformam em palavras que se transformam em frases ou porque não imagens que falam por elas próprias para não sermos obrigados a escrever . Ou melhor : para aqueles dias em que não nos apetece escrever
Resolvida a questão da língua e a problemática do teclado do computador (sendo o do meu para línguas francesa e inglesa únicamente, faltarão em português a maior parte dos acentos) a escolha do primeiro post nao foi feita por acaso.
O título fala por si. No início é o caos. Mas não foi só isso que me levou a decidir .
É que o criador desta obra plástica, que também é uma obra musical, instalou-se há dias em Portugal , mais precisamente na Comporta.
Anselm Kieffer, pintor e escultor reconhecido internacionalmente trocou a França por Portugal.
Anselm Kieffer a quem foi confiada a totalidade da criação (encenação, cenários e guarda-roupa) e que faz recitar o Antigo Testamento nos escombros, ecoando ao som doloroso dos instrumentos, partitura dirigida pelo proprio compositor Jörg Widmann .
Encomendada pelo director da Ópera de Paris , Gerard Mortier, e especialmente concebida para festejar os vinte anos da Ópera da Bastille esta obra lírica é um must transdisciplinar de arte contemporânea , e as palavras de Isaías e Jeremais revelam-se mais do que nunca de uma actualidade implacável. Entre o pó, cinza e destruição de uma civilização, e sendo o último espectáculo sob a sua direcção, o futuro director do Teatro Real de Madrid diz adeus à "la ville des lumières " de uma bela maneira , abrindo as portas da Ópera de Paris à riqueza pluridisciplinar da arte contemporânea
Am Anfang (no inicio) sete representaçoes excepcionais onde se conjuga arte e performance, de 7 a 14 de Julho 2009 , Opera de la Bastille, Paris representaçao do dia 14 de Julho gratuita como é a tradiçao
photo©charlesduprat/operanationaldeparis
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